domingo, 26 de setembro de 2010

Lagoh Prano

"Voltei pra casa de bicicleta, empurrando meu corpo feliz ladeira a cima em direção à minha casa sob o sol no final da tarde"


Depois de algum tempo retornei a ler meu livro, exatamente hoje um domingo calmo sentei na varanda de casa abri minha esteira de palhas secas e pensei que poderia dormir, não consegui. As folhas do pé de tamarindo não me deixaram, percebi o quanto o dia estava lindo e o que seria motivo para alguns sair eu prefiri imaginar coisas tão lindas, escrever, sonhar...
Aquela mania que me dá de poetizar tudo, até o balançar das minhas folhas vizinhas..rs mas foi ai que decidir voltar a ler "comer, rezar e amar" nem sei o porque de estacionar quando o livro está no finalzinho, como dizem na melhor parte. Bem certo que aconteceram muiiitas coisas nesse período nada parado, sem tempo?.
Na leitura encontrei a palavra lagoh prano que em balinês significa corpo feliz, legal tudo a ver com a minha tarde de verde, calma, feliz, só minha hoje. voltei a pensar no quanto o dia tá tranquilo, não quero atropelos, nem ansiedades, sem sonhos de amor. Meu corpo tá feliz!
Na minha tarde me coube uma esteira, pop rock nacional, água gelada, uvas verdes e meu corpo feliz coberto com meu macaquito estampado, a companhia de Shifu e suas lambidas dizendo me amar. Que delícia!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Deixa saudade (...)

"Quem vai pagar as contas desse amor pagão
Te dar a mão me trazer à tona prá respirar"


Ela apoiou a cabeça naquela parede com textura verde
Era desconfortável nem se deu conta e viu pela claridade que o sol nascera
Sem noite, agora dia e quantos ainda estariam a lhe dizer coisas que já ouvira
Ah quanta saudade daqueles dias chuvosos de paz...
Daquelas fotos de risos soltos, sem prévias.
Aprendeu a andar sozinha na noite e também nem se deu conta
Nem as madrugadas assombravam mais, ela cresceu
Desculpa qualquer coisa, coisa de cometa
Que vem, que passa, que é rápido mas suficientemente presente.
Fica, deixa saudade e faz chorar.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MINHA HISTÓRIA QUASE ENCANTADA...


Quando era fada voava pelos bosques de árvores coloridas, cada uma delas pintadas a mão, de uma forma carinhosamente divertida. Lá onde o céu era noite e dia e o chão se fazia caminho por onde ia, lá onde a canção era de respingos de chuva leve e de pássaros risonhos a fada encantada vivia, um lugar bem perto, logo ali mas ninguém conhecia. Quando se apaixonou por um tocador de citara vibrou, ela sentia sua respiração adentrar nele em qualquer melodia. Ela já nao andava ou voava, só flutuava a fadinha. Todos os desejos realizados iam acrescentados de poesia, ah pequena fada encantada mas quem diria... O tocador partiu e levou as músicas e consigo restaram tristes poesias, de nada adiantava animar aquela fadinha. Dia e noite já não existia, não se tinha caminho, nem rios, nem ninhos de pássaros alegres, já não se ouvia a vibração de qualquer melodia.
De certo desejou se transformar em boneca de pano, de tecido levemente encardido para se acomodar a poeira de qualquer lugar. Não existiam mais desejos realizados, a fada, agora boneca estava úmida e fria, ela não mais dançava ou sorria. Mas no meio do silêncio e do frio se viu luz, um anjo o lugar descobriu, retirou espinhos daquela boneca suja, lhe ofereceu coraçao, lhe doou amor, contou piadas, virou cantor, beijou. 'Acorda boneca de pano' ele susurrou. Como em contos de fadas ela suspirou, restaram-lhe dias de esperança e a fada encantada levantou. E seria ali outra cançao de amor? Mas a fadinha já tinha desejado nunca mais amar e ao jovem anjo a sua história contou. Não importava, eles conseguiam se abraçar e mesmo quando o seu coração apertava e chorava o anjo risos ao rosto dela levou. Mas sem que todos soubesse ela sempre ouvia a canção daquela cítara apaixonada e dividida ficava a boneca fada. Anjo e tocador de cítara entraram em sua morada encantada, mas só lhe restara um coração a pobre fada. E sem ter mais desejos orou, desejou ser uma margarida no jardim do alto da colina, sem feitiços, sem cantos, sem asas...ela queria ficar só, ela só queria ver o céu azul, sentir o orvalho da manhã, ela queria água e o sol da tarde. Contam que quando se apaixonam as fadas pouco lhes restam além de serem margaridas em cima de colinas verdes, muitas delas são arrancadas, pétalas por pétalas retiradas por jovens apaixonados "bem me quer, mal me quer" se soubessem talvez elas teriam desejado ser o vento que leva o encanto das folhas de outono, do perfume das margaridas, o vento que arrepia frio como um beijo de amor, elas desejariam sê-lo a fim de estarem em todos os lugares, entre tocadores de cítaras e jovens anjos.
(...) 
Você tem uma história encantada?