Quando o sol daquela manhã salpicou o início de mais um dia, muito se tinha a fazer, só se ouvia a correria das crianças em busca de seus presentes, as famílias se organizando para o lazer naquela praia animada. O movimento era quase unânime, se ouvia tantos risos, meninos e meninas a correr pelas ruas irradiando um orgulho inofensivo e entre estradas com ou sem asfalto, elas riam porque o vento soprava as folhas de uma mangueira, porque uma pipa vermelha subia tão alto, porque elas estavam juntas hoje. Afinal de contas é o dia das crianças! Outubro também tem alegrias e inocência! A vida segue, as pessoas vem, elas também vão, um fluxo natural dessa vida real.
Enquanto isso no topo de uma montanha permanece aquela margarida de um conto. Aquela que escolheu ficar lá, para "sentir" os ventos do nordeste e do sudeste passarem, vai saber. Ela poderia dizer sim, poderia dizer não, traçar outro destino, menos poesia meu bem para crescer também. O que não havia pensando é que sem saber ela está sozinha, uma opção quando não se sabe exatamente o que fazer, como flora precisou criar raizes e ali permaneceu e enquanto não tiram suas pétalas no bem me quer ou mal me quer ela sente o salpico do sol lembrando mais um dia, ela sente as gotas da chuva necessária que a fez viver e quando o vento sopra forte lhe balança rápido e tira um pouco da poeira que tem se acumulado em suas pétalas.
E apesar de parecer uma história triste o recado foi dado, a vida é dinâmica e Deus é quem sabe sobre o próximo dia das crianças, sobre as comemorações do amanhã, mas no dia de hoje desejo para você vinte e três vezes que sorrisos cubram lágrimas, desejo saúde, amor e que a palma do Senhor esteja sempre em volta para apoiar, segurar, acalmar e que Ele possa levar um beijo que não será beijado, um abraço não abraçado, um olhar não cruzado.
"Os que confiam no Senhor são como os montes de Sião que não se abalam mas permancem para sempre"...